sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sete Pecados Capitais: Ira

Ira, um pecado que carrega morte.

Esse sentimento pode levar a um final de tragédias

A ira é um dos sete pecados capitais. Comumente utilizado como sinônimo para raiva, esse sentimento provoca agressividade exagerada, algumas vezes repentina, outra meticulosamente planejada. As conseqüências da manifestação da ira podem levar a briga e, em casos mais extremos, até a morte.

Um exemplo de como uma pessoa irada pode cometer atos que ela imaginava não ser capaz é o caso do presidiário Vinius Julião de Souza de 56 anos. Quando trabalhava em um frigorífico, Vinius se envolveu em uma discussão com um outro funcionário do estabelecimento. Após ser ameaçado de morte, ele não teve dúvidas, pegou uma arma e foi de encontro ao rapaz. “Encontrei-o a caminho do ponto de ônibus, então perguntei para ele se ia mesmo me matar. Ele se virou e levou a mão para pegar algo dentro da bolsa. Não dei chance. Mirei e atirei uma bala no meio da testa dele”, relata Vinius.

O ciúme também pode ser apontando como um elemento desencadeador da ira. O também presidiário Carlos Antônio de Souza desconfiava que sua esposa o traía. No momento em que sua mulher confessou a traição, ela ainda lhe deu um tapa no rosto. Ele reagiu deferindo sete facadas na esposa. “Fiquei cego no momento, ela nunca tinha batido em mim”, conta Carlos.

Acostumada conviver com pessoas que chegaram ao extremo nas suas manifestações de raiva, a agente da penitenciária Dutra Ladeira, que pediu para não ser identificada, acredita que uma pequena parte das pessoas que ali cumprem pena cometeram crimes por ataques esporádicos de raiva. Segunda ela, grande parte dos detentos tinha consciência do que estavam fazendo no momento do crime: “na maioria das situações, são pessoas que agem friamente”.

Para a coordenadora da Pastoral Carcerária do presídio do Palmital, Maria Constantina, a falta de religião é um dos principais motivos de tanta fúria. Segundo ela, a pessoa tem que ter fé em Deus e uma estrutura familiar sólida. Essas características são fundamentais para manter afastada a raiva compulsiva.

A ira é uma doença?
Ainda existem muitas dúvidas sobre a ira ser ou não uma doença e como tratá-la. Por mais que venhamos a ser provocados, é muito importante mantermos a lucidez para não cometermos atos que nos arrependeremos depois.

A psicóloga Juliana Duci Barbosa esclarece que, “quando estamos no auge da ira e temos vontade de matar alguém ou fazer algo de errado e não fazemos, este é um sintoma de raiva. Se pensamos em fazer e consumamos o ato, ele passa a ser patológico”. Segundo ela, temos ainda um problema cultural em nossa sociedade: aprendemos que mãe e pai ensinam o que é certo e o que é errado e, muitas vezes, os pais tendem a validar a autodefesa como justificativa para a agressividade exagerada dos filhos. A psicóloga não deixa de citar a importância da religião introduzida na sociedade, pois acredita que ela ajuda no autocontrole.

Sessão do dia: a ira

A ira esta presente de forma marcante na história do cinema internacional. Os gêneros que tratam do tema são os mais variados indo desde um drama até uma comédia.

Em “Um dia de fúria” (Falling Down, 1993 - EUA), Michael Douglas é a própria ira em pessoa. Após perder o emprego e ser proibido de ver a filha pela justiça, Willian, personagem de Douglas, encontra-se preso em um engarrafamento e no auge de sua ira age de forma violenta contra todos que cruzam seu caminho na cidade. Mas nem sempre o caos da cidade grande e os problemas pessoais são os únicos causadores da raiva excessiva.

No filme “Tratamento de choque” (Anger Management, 2003 EUA), Linda (Marisa Tomei) incomodada com a apatia de seu namorado Dave (Adam Sandler) arma uma situação em uma viagem aérea, tentando despertar nele um sentimento de revolta contra todos que abusam de sua apatia. Após o incidente, Dave é obrigado pela justiça a se submeter a um tratamento contra raiva.

Willian Bonner: JN Modo de Fazer


Bonner na UFMG

Willian Bonner, esteve no dia 12 de Novembro, na Universidade UFMG. Ele divulgou o seu livro Jornal Nacional modo de fazer e  respondeu a perguntas dos alunos de diversas Universidades de MG.

Destacou em sua palestra a importância das matérias: Português e História no curriculum de qualquer profissional e ainda acalmou os alunos de jornalismo quanto o fim do diploma pra profissão.

"Nunca deixariamos de contratar um jornalista que se formou em uma universidade, por um jornalista que se fez jornalista nos dias de hoje". Willian Bonner.